A fase de Análise é caracterizada pela aproximação do problema, em que a equipe mergulha em todas as informações obtidas na fase anterior, avalia as implicações do desafio através do ponto de vista dos diversos stakeholders, e inicia as principais propostas de solução.
É composta, basicamente, por 3 atividades: Triangular Dados, Gerar Mapa de Empatia e Gerar Personas. Ressaltando-se que as duas últimas tem o mesmo objetivo que é a geração de empatia entre o designer e o autista. Entretanto, no ProAut o designer pode escolher a que mais se identifica ou as duas, caso prefira, uma vez que, geralmente, são usadas de forma complementares. A Figura 12 apresenta a visão geral desta fase.
Entrada desta fase: os Canvas dos Cuidadores, Terapeuta e Solicitante; os FCA’s preenchidos e seus respectivos Gráficos de Visão Geral do Autista (VGA);
Saída desta fase (artefatos): Lista Inicial de Requisitos/Restrições, Personas, Mapa de Empatia;
Atividades desta fase: Triangular Dados; Gerar Mapa de Empatia (EmpathyAut); Gerar Personas (PersonAut);
Envolvidos: Designers/desenvolvedores

Detalhamento da Atividades da fase de Análise
Triangular Dados
Nesta atividade deve-se usar as múltiplas fontes de dados (os diferentes Canvas) geradas na fase de imersão, e realizar uma análise das seções compatíveis de forma a conceber uma lista inicial de requisitos/restrições (figura abaixo). Tal lista é obtida não somente pelo que o próprio solicitante quer, mas também pelo cruzamento de informações contidas nos Canvas dos pais e dos especialistas.
Além disso, o nome lista inicial é devido ao fato de nessa fase serem preenchidas, especificamente, apenas as 4 primeiras colunas (as demais serão preenchidas na próxima etapa). Sendo que o conteúdo da coluna Itens do Requisito deve conter o detalhamento de cada requisito identificado na coluna Requisito. Ou seja, um requisito pode dar origem a vários itens do requisito. Quanto a coluna ID, esta deve representa a identificação única do requisito, sendo iniciado com as letras RQ para representar um requisito, e RT para um restrição seguido de um número sequencial (que pode ser de dois dígitos. Exemplo: RQ01 para requisito 1, e RT01 para a restrição 01. A coluna RQ pode ser preenchida com o valor RQ para requisito e RT para restrição.
A seguir, uma sugestão de condução da análise dos dados contidos nas seções dos Canvas, de forma a gerar a lista inicial de requisitos/restrições :
Sugestão de Procedimento:
1. Analisar as seções 5 (Atividades Recomendadas em relação ao tema), 6 (Atividades Restritivas em relação ao software), e 7c(Observações quanto ao Sw/App) do CTA (Especilista);
2. Analisar as seções 4(Atividades indicadas), 5(Atividades não indicadas) e 7 (Requisitos) do CSS (Solicitante).

Gerar Personas
Nesta atividade deve-se gerar as personas (PersonAut) que serão objetos de geração de empatia na próxima fase (ideação). Cada persona deve corresponder a um FCA. O ProAut dispõe de 2 modelos para Personas. A Figura 14 apresenta um exemplo instaciado do Modelo 1 .
Procedimento para o Modelo 1:
- A partir dos Canvas dos Pais e dos Especialistas, transcrever as seções Atividades que Acalmam, Estereotipias/manias e Atividades que Estressam respectivamente para as seções Atividades que Acalmam, Estereotipias/Manias e Atividades que estressam no PersonAut;
- Somente para o Canvas dos Pais transcrever a seção Aspectos Sociais e Familiares para a seção de mesmo nome no Modelo de Persona;
- Caso haja instâncias conflitantes, ou seja, instâncias de diferentes seções nos Canvas dos Pais e Especialistas com o mesmo valor (por exemplo uma determinada atividade pertencer a seção de Atividades que estressa em um canvas, e esta mesma atividade aparecer comp atividade que acalma no outro), deve-se analisar e optar por uma delas para compor a respectiva seção do PersonAut;
- Na seção Características Demográficas PersonAut fazer o seguinte:
- Campo “Nome”: Dar um nome fictício para a persona;
- Campo “Idade”: escolher uma idade dentro da faixa etária definida na seção perfil do Canvas dos Pais ou Especialistas; e
- Campo “Gênero”: definir um Gênero
- Na seção Características Gerais do Canvas da Persona fazer o seguinte:
- Campo “Linguagem:” colocar uma das seguintes opções: verbal, não verbal, verbal ecolálica
- Campo “Sensibilidade ao Som”: Colocar de acordo com a resposta de um dos itens 28 e 29 do FCA (28- Reação exagerada a estímulos auditivos; 29- Hipo-reação a estímulos auditivos). Ou seja, aquele que estiver assinalado como 1.
- Campo “Nível de Autismo” – colocar de acordo com o definido na seção Perfil do APC (leve, moderado ou severo).
- Inserir o gráfico VGA gerado pelo FCA eletrônico.
- Finalmente, inserir uma foto fictícia ou um desenho de rosto para compor a imagem da Persona.

Para o Modelo 2:
- Seguir os mesmos passos 4, 5 e 6 do Modelo 1;
- Na seção “Sobre” Completar a frase com o nome da Persona. Por exemplo: caso o nome da Persona seja Helena, então colocar “Sobre Helena”;
- Compilar as seções atividades que acalmam, atividades que estressam, aspectos sociais e familiares e estereotipias/manias em um texto narrativo, conforme mostra o exemplo na Figura 15.

Gerar Mapa de Empatia
Nesta atividade deve-se gerar também outro objeto de empatia para a fase de ideação que correspondente a um Mapa de Empatia, denominado de EmpathyAut (ver Figura 16). As instâncias do EmpathyAut são obtidas diretamente do FCA e do Canvas do Solicitante (ASRC- Autistic´s Software Requester Canvas).
Sugestão de Procedimento:
- Dar um nome fictício para a persona;
- Dar uma idade entre a faixa etária definida no perfil do ARC;
- Transcrever cada característica marcada com o valor 1 no AFC, para a categoria correspondente (de mesmo nome) do EmpathyAut.
- Transcrever a seção Nível de sensibilidade ao som/barulho do EmpathyAut deve ser instanciada a partir de uma das respostas das carcaterísticas 28 e 29 do FCA (28- Reação exagerada a estímulos auditivos; 29- Hipo-reação a estímulos auditivos).da categoria Comportamento do FCA; de um dos itens Ou seja, aquele que estiver assinalado como 1.
- As instâncias da seção ”Objetivo do Software” juntamente com a seção “Necessidades do Público em relação ao tema” do ASRC devem compor a seção “Necessidades”; e
- Finalmente, as instâncias da seção “Habilidades a serem desenvolvidas” devem ser transcritas para a seção “Motivações”.

Geração do gráfico VGA
Caso o FCA tenha sido usado na forma impressa, deve-se transcrever as respostas obtidas no FCA eletrônico. Com isso, o gráfico VGA é gerado automaticamente a partir do preenchimento do FCA na forma eletrônica.
Sugetão de Procedimento:
- Caso o designer/desenvolvedor tenha optado por um único FCA este também vai gerar um único VGA;
- Caso o designer/desenvolvedor tenha optado por vários FCAs, então cada um deverá ser transcrito para a forma eletrônica e, consequentemente, gerar 1 VGA para cada FCA.